2.4.10

O Amor e o Tempo.


"As pessoas não mudam na sua essência, mudam sim, de sonhos, mudam de pontos de vista e de necessidades, principalmente de necessidades. O amor não acaba. O que que acaba são algumas de nossas expectativas e desejos, que são substituídos por outros no decorrer da vida. O amor costuma ser moldado à nossa carência de envolvimento afectivo. Porém, essa carência não é estática, ela modifica-se à medida que vamos tendo novas experiências, à medida que vamos aprendendo com as dores, com os remorsos, com os nossos erros... O amor mantém-se o mesmo apenas para aqueles que se mantém os mesmos. 

O amor não faz contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo. Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, porque se veste bem ou é fã de um género de uma dada banda. Isso são características referenciais. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz, pelos valores que o outro nos dá, ama-se pela reviravolta que provoca, pela fragilidade com que se revela quando menos se espera. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira como os olhos piscam. Amamos pelo todo da essência do outro. Se nada muda dentro de nós, o amor que se sente ou que se sofre, também não muda.

Amores eternos existem apenas para dois grupos de pessoas. O primeiro é formado por aqueles que se recusam a experimentar a vida, para aqueles que não querem investigar mais nada sobre si mesmo, estão satisfeitos com o que estabeleceram como verdade numa determinada época e seguem com esta verdade até morrer. O outro grupo é o dos atentos à vida: aqueles que amam alguém, e mesmo tendo evoluído com o tempo, descobrem que o companheiro também evoluiu, e que essa evolução se deu com a mesma intensidade e seguiu na mesma direcção. Sendo assim, conseguem renovar o amor, pois a renovação particular de cada um é tão parecida que não gera conflito.

O amor não acaba... apenas sai do centro das nossas atenções. O tempo desenvolve as nossas defesas, oferece-nos outros horizontes, abre-nos outros caminhos e avançamos porque é da natureza humana avançar. Não é o sentimento que se esgota, somos nós que ficamos esgotados de sofrer ou esgotados de esperar... ou esgotados da mesmice. Somos reapaixonáveis. A paixão termina, porém, o amor não, transforma-se. Amor é aquilo que deixamos ocupar todos os nossos espaços, enquanto for benvindo, é aquilo que transferimos para o quarto dos fundos quando não funciona mais, mas que nunca expulsamos definitivamente de casa... damos-lhe sim um espaço novo, uma vida nova. "



Mil vezes mais do que te sei dizer :)
A amizade é o amor sem asas, por mais que a vida mude, estarás sempre comigo Tuelhinha :)

1 comentário:

Anónimo disse...

QUI LINDA...=) adoro-te muitoooo... miss you e os nossos tempos... smp a mil :p

Rita Cruz