16.8.09

... .

'Que sei eu acerca de mim? Nada! Apenas o que o mar sabe sobre o seu destino... a inefável comunhão entre as suas gotas de água e os singelos grãos de areia ou a temível colisão entre os devaneios das suas ondas e as cortantes falésias de uma qualquer costa... Mas é precisamente aí que os destinos embatem na sua mais profunda solidão... a vida e a morte! Nada nem niguém conseguirá alterar o rumo destes acontecimentos felizes e infelizes da natureza e do desejo gravítico do fim... é assim e será sempre assim...

Que sei e te ti? Nada! Apenas que vives e sentes como qualquer um... sem e com destino definido... Queres e não podes... Podes e não queres! Amas e não sentes, sentes e não amas! Segues por caminhos jamais tocados e infinitamente roçada pelo vento... Passa aqui, passa acolá, sente a cidade, construções altas e baixas, grandes e pequenas, gordas e magras, acaricia todos num breve toque de magia e amor... e nós sentimo-lo e ficamos arrepiados com tamanha bondade... Ele quer ser assim e luta pelo seu destino... Deliciosamente, por vezes, estupidamente, por outras... É um elemento, irracional, mas feliz...

(...)

Não sei nada e nada sei... sou um poço de contradições insatisfeitas pelas dúvidas estúpidas e enganadoras acerca do mundo...'

Luis Nuno Melchior Carrondo

2 comentários:

Joana ' disse...

Por mais que vivamos, que aprendamos, nunca sabemos nada.. Acho que o amor, aquele forte, intenso e verdadeiro, tem essa capacidade: deixa-nos na completa ignorância!

Obrigada pela força querida Ladybird

Beijinho

Luis Carrondo (luis.carrondo@inbox.com) disse...

Olá, sou o autor deste texto, gostaria de saber onde o leu (apenas por curiosidade)! Obrigado!